XXI
Dante
Alighieri
Ne
li occhi porta la mia donna Amore,
Per
che si fa gentil ciò ch'ella mira;
Ov'ella
passa, ogn'om ver lei si gira,
E
cui saluta fa tremar lo core.
Si
che, bassando il viso, tutto amore,
E
d'ogni suo difetto allor sospira:
Fugge
dinanzi a lei superbia ed ira.
Aiutatermi, donne, farle onore.
Ogne dolcezza, ogne pensero umile
Nasce
nel core a chi parlar la sente,
Ond'è
laudato chi prima la vide.
Quel
ch'ella par quando un poco sorride,
Non
si po dicer nè temer a mente,
Si
è novo miracolo e gentile
XXI
Nos
olhos a minha dama amorosa tece,
Uma
maneira gentil que enobrece o que mira;
Quando
ela passa, todo olhar se vira
E
a quem acena o coração estremece.
Se
ela, baixando o rosto, todo o amor revela,
De
todo o seu defeito, então, suspira;
Fogem
dela, a soberba vã e a ira.
Senhoras,
ajudai-me a engrandecê-la.
Toda
a doçura, toda a humildade do pensar
No
peito nasce de quem a ouve falar;
Louvado
seja quem a viu pela primeira vez.
Que
com um pequeno sorriso ela parece,
Não
se pode ter medo de dizer nem recordar,
Sem dúvida, um milagre novo e gentil que se fez.
Ilustração: Alavontê.
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