Auténtica importância
Pablo
Méndez
Mi
amigo ha muerto.
No
era el único, ni el mejor.
Pero
tenía una robusta paz interna,
y
una tristeza hermosa, meditada,
como
la de una niña pobre,
o
una mujer que no ha besado nunca.
Sobre
todas las cosas ha dejado silencio.
También
un epitafio difícil,
muy
difícil de encontrar.
Unas
lágrimas que se repiten en los ojos
marrones,
pequeños, fríos de su madre.
Un
cuarto vacío, sin luz de vida.
Pero
sobre todo silencio.
Ahora
me dicen que el verano ha vuelto,
que
es un tiempo azul para enamorarse,
que
los libros de los estudiantes
se
han ido quedando rotos, sin alma.
Dicen
que el día es felizmente
más
largo y que las noches
se
ahogan en sus propias sombras.
Y
no me importa. Soy ajeno
a
la realidad del mundo.
Lo
único que de verdad
ocurre
es que mi amigo
ha
muerto. Y no volverá,
no
volverá...
AUTÊNTICA IMPORTÂNCIA
Meu
amigo está morto.
Não
era o único, nem o melhor.
Porém,
tinha uma robusta paz interna,
e
uma tristeza formosa, meditada,
como
a de uma menina pobre,
ou
de uma mulher que não beijou nunca.
Sobre
todas as coisas deixou silêncio.
Também
um epitáfio difícil,
muito
difícil de encontrar.
Umas
lágrimas que se repetem nos olhos,
marrons,
pequenos, frios de sua mãe.
Um
quarto vazio, sem luz de vida,
Porém,
sobretudo, silêncio.
Agora
me dizem que o verão voltou,
que
é um tempo azul para enamorar-se,
que
os livros dos estudantes
se
foram, ficando rotos, sem alma.
Dizem
que os dias são felizmente
mais
longos que as noites
e
se afogam em suas próprias sombras.
Eu
não me importo. Sou um estranho
à
realidade do mundo.
A
única coisa que de verdade
me
ocorre é que meu amigo
está
morto. E não voltará,
não
voltará...
Ilustração: Volpi
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