Friday, December 09, 2016

Uma poesia de Miguel Rasch Isla

  EL SECRETO                             

Miguel Rasch Isla

Guardo en mi triste corazón inquieto
un recóndito amor. Nadie lo ha visto
ni lo verá jamás, pues lo revisto
—para hacerlo más mío— del secreto.

Ella lo inspira en mí, pero discreto
nunca lo nombro ni en mirarla insisto
cuando, por un feliz don imprevisto,
de su vago mirar soy el objeto...

Callada vive en mis ensueños como
en virgen concha adormecida perla,
o leve aroma en repulido pomo.

Y si presiento en mi inquietud perderla,
a el alma bajo y con temor me asomo,
para poder, sin que me miren, verla.

O SEGREDO

Guardo em meu triste coração inquieto
um amor recôndito. Ninguém o há visto
nem o verá jamais, pois, o revisto
-para fazê-lo mais meu- de secreto.

Ela o inspira em mim, porém, discreto
nunca o nomeio  nem em olhá-lo insisto
quando, por um feliz dom imprevisto
de seu vago olhar sou um objeto.

Calada vive em meus sonhos como
na virgem adormecida concha a pérola
ou leve aroma em repolido pomo.

E se pressinto em minha inquietude perdê-la
a ele a alma baixa e com temor me assomo
para poder, sem que me vejam, vê-la.

Ilustração: Essas e Outras


No comments: