Saturday, May 30, 2020

Um poema de José María Pemán



SOLEDAD

 José María Pemán


Soledad sabe una copla
que tiene su mismo nombre:
Soledad.

Tres renglones nada más:
tres arroyos de agua amarga,
que van, cantando, a la mar.

Copla tronchada, tu verso
primero, ¿dónde estará?

¿Qué jardinero loco,
con sus tijeras de plata
le cortó al ciprés la punta,
Soledad?

¿Qué ventolera de polvo
se te llevó la veleta,
Soledad?

¿O es que, por llegar más pronto
te viniste sin sombrero,
Soledad?

Y total:
¿qué mas da?
Tres versos: ¿para qué más?

Si con tres sílabas basta
para decir el vacío
del alma que está sin alma:
¡Soledad!

SOLIDÃO

Solidão sabe em dois versos
que tem o mesmo nome:
Solidão.

Três linhas nada mais:
três correntes de água amarga,
que vão, cantando, do mar.

Dois versos quebrados, seu verso
o primeiro, onde estará?

Que jardineiro louco,
com sua tesoura de prata
cortou do cipreste a ponta,
Solidão?

Que tempestade de poeira
te levou o cata-vento,
Solidão?

Ou foi, que por chegar mais cedo
te viste sem chapéu,
Solidão?

E total:
Que dá mais?
Três versos: para que mais?

Se com três sílabas basta
para o dizer vazio
da alma que está sem alma:
Solidão!

Ilustração: http://www.adiberj.org/.

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