Houve um tempo sim
em que quis ser
o destruidor das certezas,
farol das verdades
ocultas,
paladino da beleza,
ditador das modas,
o rei das vaidades vãs.
Hoje, quando as retas
andam tortas
e o previsilvezinho
se tornou improvável
só penso que o desejável
é ter sombra, quietude e
coco verde.
Na verdade, no tempo
de análises rasas,
línguas podres
e mentes deturpadas
me tornei covarde-
até porque não adianta
nada
tentar pôr ordem no caos.
Enfim, por necessidade,
decidi encarar a
realidade:
não é a razão,
nem o amor
que vence.
É a narrativa
de quem berra
que convence.
Ilustração: http://ryotiras.com/.
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