Tuesday, June 22, 2021

Outra poesia de Vicente Quirarte

 


LA POESÍA


 Vicente Quirarte

 Mancha expansiva de café vino o aceite sobre un mantel en blanco.

Llegaste cuando debías. Tu carruaje como tienda de gitanos.

Tus anillos con forma de serpiente,

ávida de tocar, morder, meterse, enajenar.

No llegaste montada en el potro de lujo donde a veces me ha tocado cabalgarte en pelo.

Eras, como las hembras donde se queda el verano,

tienda humilde por fuera.

Se filtraban en mi sangre voces de otras mercaderías.

Mi abuelo murió loco.

Mi padre tradujo el idioma de los acantilados

y surcaba las noches

montado en la bruja roja de las anfetaminas.

Y tú llegaste, a veces con tus grandes pechos,

otras con tus pezones niños.

Y pensé que eras para mí.

Afuera esperaba, impaciente, un regimiento.

 

A POESIA

Mancha expansiva de café vinho ou azeite em uma toalha de mesa branca.

Chegastes quando devias. Tua carruagem como uma loja de ciganos.

Teus anéis em forma de serpentes

avida  por tocar, morder, meter-se, alienar-se.

Não chegastes montada num potro de luxo onde às vezes tive que cavalgar-te em pelo.

Eras, como as fêmeas onde fica o verão,

loja humilde por fora.

Se filtravam em meu sangue vozes de outras mercadorias.

Meu avô morreu louco.

Meu pai traduziu a língua dos penhascos

e sulcava as noites

montado na bruxa vermelha das anfetaminas.

E tu chegastes, às vezes com teus seios grandes,

outras com teus mamilos infantis.

E pensei que eras para mim

Lá fora, esperava impacientemente, um regimento.

Ilustração: https://vilamulher.com.br/.

No comments: