O que mais me faz irônico-
ainda que um, ou outro,
de cético me acuse-
é pensar que até mesmo Marx,
Mill, Marcuse,
que, da utopia são padrões
icônicos,
acreditaram que, por um
passe de mágica,
assim como se criou Deus
do nada,
esta nossa existência
trágica,
a vida humana, pudesse
ser transformada
numa ópera delicada.
Jamais tais sonhadores,
até mesmo nos últimos
estertores,
ficariam satisfeitos com
a realidade,
de vez que trabalhavam
pelo sonho,
por trapacear das cartas
do destino, o seu baralho.
Não os interessava
realmente
o que se passava sob as
nuvens,
se tudo melhorou, efetivamente,
se diminuíram as horas de
trabalho
ou se a máquina aliviou
dos homens o fardo.
Nada é igual a seus
desejos religiosos,
quando a utopia não se alcança,
e disto não há nenhuma esperança,
o céu na terra.
O homem real e ignorado,
nas suas teorias,
o animal que é nunca seria,
daí que sejamos mais
ricos do que nunca
não os contentaria,
pois, jamais chegamos ao
paraíso de abundância
que prognosticaram,
a tal da vida feliz,
que sempre enxergaram na frente do nariz.
Talvez seja porquê
atenção não prestaram
em Bakunin ou em Malthus,
que conheciam a natureza
humana.
Que sabiam que,
como o capitalismo,
os homens possuem uma
capacidade
infinita de expansão
e jamais se contentam
com a riqueza que tem na
mão.
A experiência não mente:
os desejos materiais não
tem limites
e a consciência jamais
soube o que ter o suficiente!
E estes sonhadores deixaram
suas sementes,
de modo que, apesar de
ter nos libertado,
o capitalismo é tão pouco
amado
que, ainda hoje, os
libertos desejam a escravidão.
Eu? Não!!!
Ilustração: Cultura Mix.
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