O que há de novo na noite
Nesta longa, doída e decadente noite?
São os anzóis que prendem as sombras do luar
E os cachorros a latir espantando o medo...
Se, ao menos, a água do mar subisse tanto
Que se misturasse com a prata da minha dor.
Se faltasse luz e as velas e os barcos se perdessem
E tudo ficasse negro, imensamente negro
Com os peixes brilhando como estrelas....
Talvez não fitar os teus olhos nesta noite
Não fosse esta vontade imensa e inútil de amor,
Porém, sentado olhando os barcos dançando
Não acredito senão que este é um quadro perfeito
De como se deve pintar a solidão.
Ilustração: https://www.amorc.org.br/.
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