Embora agosto seja agosto,
um agosto diferente de
outro agosto,
ainda que todo agosto
imprima em nós
certos sentimentos
imprevistos,
certas incertezas
estranhas,
certas sensações tamanhas
que só agosto pode dar.
Agosto-dizem- que dá
azar.
Pode ser se for sua hora
de morrer.
E sempre tem hora, ou
não, de morrer?
Sempre terá,
mas, quando não se sabe,
e é natural que tudo se
acabe,
agosto é um mês a mais,
melhor quando te satisfaz
ou passa assim
com suas dores, medos e esperanças.
Agosto, para mim, é o
aniversário
de minha mãe,
que faz tempo que morreu.
Um mês, muitas vezes,
frio;
outras vezes, muito
quente,
como agora, que parece um
forno.
Ainda que agosto possa
ser morno
é um mês sempre de
inquietações,
um mês de uma indefinível
beleza,
um mês de tantas flutuações
que me traz sempre a
certeza
de que desejo
muitos agostos mais!
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