Thursday, August 19, 2021

Outra poesia de Roque Dalton

 


ALTA HORA DE LA NOCHE

 Roque Dalton

Cuando sepas que he muerto no pronuncies mi nombre

porque se detendría la muerte y el reposo.

Tu voz, que es la campana de los cinco sentidos,

sería el tenue faro buscado por mi niebla.

Cuando sepas que he muerto di sílabas extrañas.

Pronuncia flor, abeja, lágrima, pan, tormenta.

No dejes que tus labios hallen mis once letras.

Tengo sueño, he amado, he ganado el silencio.

No pronuncies mi nombre cuando sepas que he muerto:

desde la oscura tierra vendría por tu voz.

No pronuncies mi nombre, no pronuncies mi nombre.

Cuando sepas que he muerto no pronuncies mi nombre

 

ALTA HORA DA NOITE

 

Quando souber que estou morto não pronuncies o meu nome

porque se deteria a morte e o repouso.

Tua voz, que é o sino dos cinco sentidos,

Seria o tênue farol procurado por mim na neblina.

Quando souberes que morri de sílabas estranhas.

Pronuncia flor, abelha, lágrima, pão, tempestade.

Não deixes que teus lábios falem minhas onze letras.

Tenho sono, te amei, ganhei o silêncio.

Não pronuncies o meu nome quando souber que morri:

da terra escura viria por tua voz.

Não pronuncies o meu nome, não pronuncies o meu nome.

Quando souber que estou morto não pronuncies o meu nome

 

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