Wednesday, August 25, 2021

SONHO DE UM DIA DE PANDEMIA

 


Viver tento

como se fosse ser eterno,

porém, já abdiquei

das vãs vaidades.

Dei meu único terno,

dois sapatos e uma chinela

e vivo, quase nu,

com uma bermuda

que não esconde a canela.

 

É um comportamento

fruto da pandemia-

diz um observador-

não sei se clínico ou cínico,

que não entende de amor.

De solidão menos ainda.

Todo o meu desprendimento

vem de que meu grande alento

é esperar que a minha linda-

quando tudo isto passar-

venha nos meus braços se aninhar.

 

No comments: