Para Luiz Carlos Marques, um grande amigo, irmão, que sempre soube que
só bebo para ficar lógico e que a humanidade está sempre dois copos abaixo da
razão.
Entre uma dose e outra de uísque
Ela me pedia para que fosse embora
E eu lhe dizia: -Calma, só mais uma hora
E lentamente a garrafa esvaziava.
Ela reclamava, reclamava e eu não ia.
Depois de muito uísque e água
Finalmente, resignada, se calava.
Muda e amolecida a beijava
Despertando a fera de amor
Que nela havia
E, entre beijos e palavrões, me xingava
Dizendo que era a última vez
Que eu a deixasse
E
Não beberia nunca mais!
(De "Jardim Dispersivo", Editora Per Se, 2013).
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