Wednesday, September 04, 2024

Soneto das Borboletas

 


Assim deitada e nua te encontro
Molhada de desejo, um ar tão natural
Que atiça a chama do amor sedento
Que se sacia em ti com uma fúria animal

Porém, mais do que eu, queimas em brasas
E
queres muito mais do que até posso,
Pois tu queres a música sem pausas
E muito além da carne comes até o osso

Queimando na fogueira sempre acesa,
Entre as paredes, nossa vida presa,
É a melhor com que jamais sonhamos

Nem sei, nem sabes, o que lá fora espera
O mundo é aqui. E, em plena primavera,
Há menos borboletas do que nós gozamos!

Ilustração: Natureza Bela. 

 

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