Tuesday, October 27, 2015

De volta a poesia de Francisco Luis Bernárdez

La palabra                                                                      
Francisco Luis Bernárdez

En cada ser, en cada cosa, en cada
Palpitación, en cada voz que siento
Espero que me sea revelada
Esa palabra de que estoy sediento.
Aguardo a que la diga el firmamento,
Pero su boca inmensa está callada;
La busco por el mar y por el viento,
Pero el viento y el mar no dicen nada.
Hasta los picos de los ruiseñores
Y las puertas cerradas de las flores
Me niegan lo que quiero conocer.
Sólo en mi corazón oigo un sonido
Que acaso tenga un vago parecido
Con lo que esa palabra puede ser.

A palavra

Em cada ser, em cada coisa, em cada
Palpitação, em cada voz que sinto
Espero que me seja revelada
Esta palavra de que estou sedento.
Aguardo que a diga o firmamento,
Porém, sua boca imensa está calada;
A busco pelo mar e pelo vento,
Porém, o vento e o mar não dizem nada.
Até o bico, o canto dos rouxinóis
E as portas fechadas das flores
Me negam o que quero conhecer.
Só no meu coração ouço ruído
Que por acaso é um pouco parecido
Com o que esta palavra pode ser. 


Ilustração: coisas-do-tipo.blogspot.com

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