O
sono não vem.
Dormir, em vão, tento.
Durmo de cansado
e me vejo acordado:
o sonho
me perturba.
Não
me contento.
Produtos,
experiências, eventos,
músicas,
notícias, o silêncio
tudo
me incomoda.
Ainda
mais reclamo
do tempo que se vai
da estranha ambivalência
da vida e da morte
do que considero pouca sorte.
do que considero pouca sorte.
Da tua ausência,
da qual sou culpado,
e de tudo me parecer muito
errado.
Todo corpo tem prazo de
validade sei..
e o meu dá sinais de ansiedade,
de desejos de novidades,
de procurar rotas de fugas,
de procurar rotas de fugas,
como se fosse possível criar outras fases.
Entre milhares de outras
frases
que esqueci,
que esquecerei,
relembro Freud que disse
“somos feitos de carne,
Mas, temos de viver
como se fôssemos de ferro”.
Se na citação não erro,
nas imagens, na aliteração,
no dizer,
na musicalidade posso
escorregar.
Não sou, como Alexander
McQueen,
um estilista, nem dito moda
ou faço de esqueletos
conteúdos.
Sou poeta, melhor dizendo
fui poeta.
E, hoje, faço versos
toscos, quase mudos,
talvez, para tentar provar
que não devem me enterrar,
quando nem sei para que
vivo,
e para reclamar de tudo
acho motivo.
Foto: Tim Walker
Foto: Tim Walker
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