Thursday, May 26, 2016

Uma poesia de Julieta Dobles

SILOGISMOS DE AUSENCIA                              
Julieta Dobles

Si tu silencio me muerde la alegría,
escribo.

Si no hay música que llene tus ausencias,
escribo.

Si añoro la quemadura de tus manos
sobre mis playas húmedas,
escribo.

Si cuando te nombro me recorre la espalda
una fila de besos emigrantes,
escribo.

Si en tus labios borrados adivino
la única fuente que me mata de sed,
escribo.

Si el vacío de tu voz transforma mis silencios
en tambores ausentes y enervantes,
escribo.

Si toda mi piel grita de soledad y miedo
para ahuyentar la soledad invasora,
escribo.

¡Cuánta poesía entretejen
tu ausencia y mi dolor!


SILOGISMO DA AUSÊNCIA

Se o teu silêncio me morde alegria,
escrevo.

Se não há música que preencha as tuas ausências,
escrevo.

Se lamento a queimadura de tuas mãos
sobre minhas praias úmidas,
escrevo.

Se quando te nomeio me caminha pelas costas
uma fileira de beijos migrantes,
escrevo.

Se em teus lábios apagados adivinho
a única fonte que me mata de sede,
escrevo.

Se o vazio de tua voz transforma meu silêncio
em tambores ausentes e enervantes,
escrevo.

Se toda a minha pele grita de solidão e medo
para afugentar a solidão invasora,
escrevo.

Quanta poesia entrelaçam
tua ausência e a minha dor!


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