Saturday, August 08, 2020

E, mais uma vez, Edgar Allan Poe


ROMANCE

Edgar Allan Poe

Romance, who loves to nod and sing

With drowsy head and folded wing

Among the green leaves as they shake

Far down within some shadowy lake,

To me a painted paroquet

Hath been—most familiar bird—

Taught me my alphabet to say,

To lisp my very earliest word

While in the wild wood I did lie,

A child—with a most knowing eye.

 

Of late, eternal condor years

So shake the very Heaven on high

With tumult as they thunder by,

I have no time for idle cares

Through gazing on the unquiet sky;

And when an hour with calmer wings

Its down upon my spirit flings,

That little time with lyre and rhyme

To while away—forbidden things—

My heart would feel to be a crime

Unless it trembled with the strings.

ROMANCE

Romance, que acenas e cantas

Com a cabeça de sono e asas dobradas

Entre as folhas verdes que se agitadas

Lá no fundo do lago de águas sombrias,

Para mim um papagaio pintado

Foi - o pássaro mais familiar -

Ensinou-me no meu alfabeto a dizer:

Para balbuciar as primeiras frases

quando, criança, já de olhos sagazes,

Nas matas mais ermas a me afundar.

 

Hoje, o eterno Condor das idades

Sacodem na altura o próprio céu

Com o tumulto do tempo, a trovejar;

Não tenho tempo para os pensares ociosos

Através da contemplação do céu inquieto;

E se uma hora, voando mais calma,

Cai sobre o espirito em minha alma,

Aquele pouco tempo com a lira e a rima

Para ficar longe – de coisas proibidas -

Meu coração sentiria como um crime

Que esse efêmero instante se rime

A menos que tremesse com as cordas.

Ilustração: PopSugar.

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