PARIS DIURNE
Tristan Corbière
Vois aux cieux le grand rond de cuivre rouge
luire,
Immense casserole où le bon Dieu fait
cuire
La manne, l'arlequin, l'éternel plat du jour:
C'est trempé de sueur et c'est trempé d'amour.
Les Laridons en cercle attendent près du
four,
On entend vaguement la chair rance bruire,
Et les soiffards aussi sont là, tendant leur
buire;
Le marmiteux grelotte en attendant son tour.
Crois-tu que le soleil frit donc pour tout le
monde
Ces gras graillons grouillants qu'un torrent
d'or inonde?
Non, le bouillon de chien tombe sur nous du
ciel.
Eux sont sous le rayon et nous sous la
gouttière.
A nous le pot au noir qui froidit sans lumière.
Notre substance à nous, c'est notre poche à fiel.
PARIS DE DIA
Ver
nos céus o grande círculo de cobre vermelho a brilhar,
Imensa
caçarola onde o bom Deus faz cozinhar
O
maná, o arlequim, o prato eterno do dia:
Está
molhado de suor e molhado de amor.
Os
cachorros em um círculo aguardam perto do forno,
Ouve-se
vagamente a carne rançosa,
E
os sedentos também estão lá, segurando sua bebida;
Os
miseráveis estremecem esperando sua vez.
Crês
que o sol está fritando todo mundo
como
gorduras férvidas que uma torrente de ouro inunda?
Não,
o caldo do cão está cai sobre nós do céu.
Eles
estão embaixo da prateleira e nós na sarjeta.
Para
nós a desventura sem nenhuma luz.
Nossa
própria substância é nosso saco de fel.
Ilustração: https://www.youtube.com/.
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