Nicoletta
Fazio
Profeta di amari
canti
vago ancora per strade
non più mie
a cercare
quell'antica promessa,
ricordo bambino,
di un nonsoché perduto.
Altri tramonti avrà
ancora la civetta,
altre albe passeranno
su di me
come maree erranti
a chiedere il senso
di quel flusso eterno,
dolce e crudele,
come il cadere delle foglie
d'autunno.
Avrò ancora sussurri
da affidare al vento
sulle labbra,
io, come un tempo,
mani in tasca
a stringere con rabbia
sogni,
i pochi – solomiei -
superstiti.
Mendicante di illusioni,
ti cercherò ancora
come un tempo
in strade avare
di parole
per dividere a metà
un sorriso.
PENSAR
Profeta de amarguras
canto
vagando ainda pelas ruas
não é mais minha
a busca
daquela antiga promessa,
Eu me lembro, criança,
de um não sei o que perdido.
Outros pores do sol terão
ainda a coruja,
outras auroras passarão
em mim
como marés errantes
para pedir significado
desse fluxo eterno,
doce e cruel,
como o cair das folhas
do outono.
Ainda vou ouvir sussurros
confiados ao vento
nos lábios,
Eu, como no passado,
mãos no bolso
a apertar com raiva
os sonhos,
os poucos - chorados -
sobreviventes.
Mendigo de ilusões,
te procurarei de novo
como no passado
nas ruas ruins
das palavras
para dividir ao meio
um sorriso.
Ilustração: Blog Colégio Rio Branco.
No comments:
Post a Comment