Saturday, November 21, 2020

Uma poesia de Mónica Braun

 

EL DURMIENTE

 Mónica Braun

::::A veces dormías y yo estaba como nunca sola. Odiando tu

::::respiración, el roce de tu mano sobre mis piernas, el espacio

::::en que se había dormido tu deseo. Ya no te importaba mi

::::carne ni esa soledad ni ese reclamo. Abandonabas el peso

::::de tu cuerpo sobre las sábanas, dejabas que cayera todo, yo

::::caía también. Estaba dentro de un sueño ajeno, ya no era mía

::::mi respiración ni mi sangre era mi sangre. Yo era el miedo.

 

::::Nadie me escuchó llorar. Nadie se dio cuenta del frío. No hubo

::::manera de evitar esa caída. Nadie pudo despertarte.

 

O DORMINHOCO

As vezes dormias e eu estava como nunca só. Odiando tua

respiração, o roçar de tua mão sobre a minhas pernas, o espaço

em que havia dormido o teu desejo. Já não te importava minha carne

nem essa solidão nem essa reclamação. Abandonavas o peso

de teu corpo sobre os lençóis, deixavas que caísse todo, eu

caia também. Estava dentro de um sonho alheio, já não era mais meu nem 

minha respiração nem meu sangue era meu. Eu era o medo.

 

Ninguém me escutou chorar. Ninguém se deu conta do frio. Não houve 

maneira de evitar esta queda. Ninguém pode te despertar.

Ilustração: Pinterest.


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