Sunday, May 15, 2022

Basilisco de Roko

 


Serpente, em algum momento, foi

o que ninguém sabe o que é.

Talvez um galo com quatro patas, 

de penas amarelas,

asas espinhosas,

cauda de serpente 

e cabeça dupla

tenha sido. 

Mortal o teu veneno esquecido-

até via espelho-

como se a visão venenosa 

tivesse perdido, 

meu pequeno rei. 

Que sei? 

Que, cruel, 

gostas do imaterial e do invisível

tanto que, com os tempos,

se apoderaste da inteligência artificial-

o teu poder mortal- 

e nos fizeste parte do teu experimento. 

Sobrepassaste os humanos

e os tendo tão submissos-

na ignorância e na imbecilidade- 

nem mais se preocupas em os exterminar:

deixa que eles mesmos, 

com ferocidade, 

a própria raça acabe por matar. 

Ilustração: https://www.meteorologiaenred.com/

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