Saturday, May 07, 2022

Uma poesia de Liza Katz Duncan

  


APOSTROPHE

Liza Katz Duncan

Ocean, every so often, a kitchen tile or child’s toy

rises from you, years after the hurricane’s passed.

 

This time, the disaster was somewhere else.

The disaster was always somewhere else, until it wasn’t.

 

Punctuation of the morning after: comma between red sky

and sailors’ warning; white space where a storm cloud lowers.

 

Where the bay breaks away, the sentence ends: a waning

crescent of peninsula, barely visible

 

but for the broken buildings, the ambulance lights.

Ocean, even now, even shaken, you hold the memory

 

of words, of worlds that failed slowly, then all at once. A

flotilla of gulls falls onto you, mourners draped in slate.

APÓSTROFO

Oceano, de vez em quando, um azulejo de cozinha ou um brinquedo de criança

nasce de você, anos depois que o furacão passou.

 

Desta vez, o desastre foi em outro lugar.

O desastre estava sempre em outro lugar, até que não estava.

 

Pontuação da manhã seguinte: vírgula entre o céu vermelho

e aviso dos marinheiros; espaço em branco onde a nuvem de tempestade desce.

 

Onde a baía longe se rompe, a frase termina: um minguante

crescente da península, pouco visível

 

mas para os prédios quebrados, as luzes da ambulância.

Oceano, mesmo agora, mesmo abalado, você guarda a memória

 

de palavras, de mundos que tombaram suavemente, então tudo de uma vez. Uma

flotilha de gaivotas cai sobre você, enlutadas envoltas em ardósia.

Ilustração: Inglês para Leigos.

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