Ó minha linda,
sim, tu serás minha
rainha.
A consorte do poderoso
rei
de coisa nenhuma.
Seremos, sim, monarcas
absolutos
do majestoso reino do
imaterial
do Nada-na tua imaginação
ou na minha.
Apesar de termos tanto
poder,
é força dizer,
não poderemos vencer
nem a feroz monotonia,
nem as mortes,
que nos traz a pandemia.
Como o nosso reino,
de bites, de palavras, de
imagens
e de isolamento
é feito,
se encontra na casa e no
pensamento.
Reino sem corte,
sem exércitos,
nem títulos
nobiliárquicos
nem sujeito a golpes ou
crises
só com uma lei
que nos oprime a ser
felizes.
Rainha de apenas um
súdito,
não serás alvo de vaias
ou de aplausos.
Só te prometo homenagens
de poemas e canções
que falarão sobre a
felicidade
de nosso amor real.
E se não formos,
como nos filmes,
felizes eternamente,
que possamos ser felizes,
ao menos por um dia,
já será bem melhor
do que estes tempos
de apatia.
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