A ambição de ser simples me persegue:
ser inexplicável, como o céu azul,
com a inocência das crianças,
que só sabem chorar.
Por que não ser assim?
Ai de mim!
Ser como os
perfumes, os espaços,
as estrelas, as abelhas, as formigas
que, automaticamente são.
Não! Para tudo preciso de explicação.
Por que um músico não nasci?
Os deuses de mim devem rir.
Porque sou feio e tu és bela?
O céu de longe, azul,
de um azul que não se alcança.
Como tua boca vermelha,
que, na minha imaginação, dança
me prometendo beijos,
carinhos, o paraíso que não terei.
Ser simples- só no desejo-
é um destino que não alcançarei.
É muito complicado, bem sei!
Ilustração: O Segredo.
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