Sunday, May 22, 2022

Uma poesia de Charles Reznikoff

 


THE CITY BREAKS IN HOUSES TO THE SEA, UNEASY WITH WAKES  

Charles Reznikoff

The city breaks in houses to the sea, uneasy with waves,

And the lonely sun clashes like brass cymbals.

 

In the streets truck-horses, muscles sliding under the steaming hides,

Pound the sparks flying about their hooves;

And fires, those gorgeous beasts, squirm in the furnaces,

Under the looms weaving us.

 

At evening by cellars cold with air of rivers at night,

We, whose lives are only a few words,

Watch the young moon leaning over the baby at her breast

And the stars small to our littleness.

 

The slender trees stand alone in the fields

Between the roofs of the far town

And the wood far away like a low hill.

 

In the vast open

The birds are faintly overheard.

A CIDADE ACABA EM CASAS PARA O MAR, INQUIETA COM AS ONDAS

A cidade acaba em casas para o mar, inquieta com as ondas,

E o sol solitário bate como címbalos de bronze.

 

Nas ruas, caminhões cavalos, músculos deslizando sob as peles fumegantes,

Soltando faíscas voadoras de seus cascos;

E fogos, esses lindos animais, se contorcem nas fornalhas,

Sob os teares que nos tecem.

 

À noite por porões frios com ar de rios à noite,

Nós, que vivemos tão somente de algumas palavras,

Assistimos a jovem lua inclinada sobre o bebê em seu peito

E as estrelas pequenas pela nossa pequenez.

 

As delicadas árvores ficam sozinhas nos campos

Entre os telhados da cidade distante

E a floresta tão distante como um monte baixo.

 

Na imensa amplidão

Os pássaros são vagamente ouvidos.

Ilustração: G1-O Globo.

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