Tuesday, May 10, 2022

Uma poesia de Craig Santos Perez

 

LOVE IN A TIME OF COVID-19

Craig Santos Perez

a variant of Pablo Neruda’s Sonnet XVII

I don’t love you as if you were penicillin,

insulin, or chemotherapy drugs that treat cancer,

I love you as one loves the sickest patient:

terminally, between the diagnosis and the death.

 

I love you as one loves new vaccines frozen

within the lab, poised to stimulate our antibodies,

and thanks to your love, the immunity that protects

me from disease will respond  strongly in my cells.

 

I love you without knowing how or when this pandemic

will end. I love you carefully, with double masking.

I love you like this because we can’t quarantine

 

forever in the shelter of social distancing,

so close that your viral load is mine,

so close that your curve rises with my cough.

O AMOR NO TEMPO DA COVID-19

Eu não te amo como se você fosse penicilina,

insulina ou drogas quimioterápicas que tratam o câncer,

Eu te amo como se ama o mais doente paciente:

terminalmente, entre o diagnóstico e a morte.

 

Eu te amo como se ama novas vacinas congeladas

dentro do laboratório, prontas para estimular nossos anticorpos,

e graças ao seu amor, a imunidade que protege

que responderá à doença fortemente em minhas células.

 

Eu te amo sem saber como ou quando esta pandemia

irá ter fim. Eu te amo com cuidado, com máscara dupla.

Eu te amo assim porque não podemos ficar em quarentena

 

para sempre no abrigo do distanciamento social,

tão perto que sua carga viral é minha,

tão perto que sua curva sobe com minha tosse.

Ilustração: https://www.fazendariogrande.pr.gov.br/.

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