Wednesday, August 24, 2022

Uma poesia de Eugenio Montale

 


MIA VITA

Eugenio Montale

Mia vita, a te non chiedo lineamenti

fissi, volti plausibili o possessi.

Nel tuo giro inquieto ormai lo stesso

sapore han miele e assenzio.

 

Il cuore che ogni moto tiene a vile

raro è squassato da trasalimenti.

Così suona talvolta nel silenzio

della campagna un colpo di fucile.

MINHA VIDA

Minha vida, não te peço planos

fixos, rostos, plausibilidade ou posses.

No teu giro inquieto agora o mesmo

sabor eles têm de mel e absinto.

 

O coração que cada mover tende ao vil

raro é afetado por pressentimentos.

Quase, como, às vezes, soa no silêncio

da campanha um tiro de fuzil.

Ilustração: Obvious Mag.

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