Tudo que
existe
é um equilíbrio
instável:
o arame que separa
o trapezista do chão,
o beijo que
dispara o alarme da paixão,
o sopro de um
batimento
que, em certos
momentos,
nem ruído faz.
O que persiste é a
ilusão
de que, em algum
instante,
poderemos chegar a
ser gigantes
por alcançar a
beleza
e a plenitude
que buscamos no
viver.
Levantemos, logo,
a alegria
como uma taça,
pois, se, com o
tempo, tudo passa
haverá um dia
inescapável
onde se realizará
o provável
e, como uma xícara
de chá,
que no solo se
despedaça,
não adianta juntar
os pedaços
se, até os cacos,
se dissiparão na natureza.
Sorve o agora
quando tens
consciência
Que, na matéria,
está toda a beleza.
Ilustração: Chapiuski.
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