Tuesday, August 30, 2022

Uma poesia de Sarrión

 


CARPE DIEM

Antonio Martínez Sarrión

Qué dispendioso pulular de nombres,

de ateridas esperas mientras la madrugada

difuminaba taxis en una sucia niebla.

Qué lástima de tiempo barajando

naipes ya de textura ala de mosca

cuando el sol meridiano, más de un punto granado,

no sabe de demoras, admite alistamientos

sin requisito alguno,

por ahogado de sombra que llegue el aspirante,

para entregar a cambio manos como paneles,

ríos de campanillas, zureos de palomas,

terco mundo presente,

que fulgura y se esfuma tan tranquilo,

negándose de plano -y con cuánto derecho-

al deshonesto oficio de pañuelo de lágrimas.

CURTA O MOMENTO

Que dispendioso borbulhar de nomes

de entorpecidas esperas enquanto a madrugada

borrava táxis numa névoa suja.

Que perda de tempo embaralhando

cartas de baralho já de textura de asa de mosca

quando o sol meridiano, mais de um ponto romã,

não sabe de atrasos, admite alistamento,

sem qualquer requisito,

não importa quão afogado na sombra chegue o aspirante,

para dar em troca mãos como painéis,

rios de campainhas, arrulhos de pombos,

obstinado mundo presente,

que brilha e se esfumaça tão tranquilo,

negando-se de plano- e com quanto direito

ao desonesto ofício de lenço de lágrimas.

Ilustração: Mensagens de Amor.

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