Monday, August 22, 2022

Uma poesia de Omotora James

 

 

A FLAIR FOR LANGUAGE

Omotara James

 

She wasn’t easy, is a thing we say

about someone we love. My father

says this about his mother. Grandmother’s

words could cut you from the far side

of a room, well into her last years.

The expressions on her face were widely

reported. It wasn’t necessarily the content

of the opinion, although, it was sometimes,

but how it was packaged and delivered

to your door. One might say she had a flair

for language, if it was a Trini ole-talking.

Which is why I had little choice but to laugh,

one of the last times I saw her,

lustrous as velvet in her dark brown flesh,

recalling me, under the glare of early dementia,

as a lovely little darkie, in a more fragile

voice than the one bellowing into my girlhood,

Fatty-Fatty-Boom-Boom. Her smile hanging

off the long vowel, like a cat’s tail, upturned

to the moon. You see; it’s a miracle I still love

rhyme, the coincidence of language and time.

O TALENTO DA LINGUAGEM

Ela não era fácil, é uma coisa que dizemos

acerca de alguém que amamos. Meu pai

diz isto sobre sua mãe. As palavras da avó

podem te cortar do outro lado

de um quarto, bem dentro nos últimos anos.

As expressões no seu rosto eram largamente

expressas. Não era necessariamente o conteúdo

da opinião,  apesar de que, por algum tempo,

mas como foi embalado e entregue

na sua porta. Pode-se dizer que ela tinha um talento

para a linguagem,  como se fosse uma conversa fiada.

É por isto que eu não tive escolha a não ser rir,

uma das últimas vezes que a vi,

lustrosa como veludo na sua carne marrom escura,

lembrando-me, sob o brilho da demência precoce,

como um amável escurinho, na mais frágil

voz do que a que berrava na minha infância,

Gordinho-Gordinho-Estrondo-Estrondo. Seu sorriso pendurado

fora de uma longa vogal, como o rabo de um gato, arrebitado

para a lua. Você vê; és um milagre que ainda amo

rima, a coincidência da linguagem e do tempo.

Ilustração: Blogueiras Negras.

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