Saturday, July 18, 2020

Mais uma poesia de Juan Manuel Roca


EL BRUJO                                        
Juan Manuel Roca

Tocaba el arpa en las rejas de su celda.
O tomaba de un vaso sin agua.
Una porción de sed que nunca lo saciaba.

Tocaba el arpa en las rejas de su celda.
Soñaba que los gruesos barrotes temblaban,
Que sonaba un galerón
Con luna entre las palmas.

Los carceleros decían que rondaba la locura.
Pero nadie podría asegurar
Que no era él quien despertaba los patios
Con galope de caballos y fantasmas.

O BRUXO

Tocava a harpa nas barras de sua célula.
Ou tomava de um copo sem água.
Uma porção da sede que nunca o saciava.

Tocava harpa nas barras de sua célula.
Sonhava que as grossas barras tremiam,
Que sonhava com um galeão
Com a lua entre as palmas.

Os carcereiros diziam que a loucura rondava por lá.
Porém, ninguém poderia assegurar
Que não era ele quem despertava os pátios
Com o galope dos cavalos e fantasmas.

Ilustração: https://br.pinterest.com/.

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