Sunday, July 26, 2020

Uma poesia de Sigfredo Ariel


CON MARILYN BOBES                    
Sigfredo Ariel

Con un lápiz en papel cuadriculado
a la luz de una vela de ciclón
la mano pasajera se ha acordado
de tu conversación
acerca de cómo permanecen
las personas en uno. Sobre marismas

y cambios de gobierno personal
algunas, por cierto, no parecen
ser las mismas que dejamos entrar
por puerta angosta un día. Lo real
no vive en el país que habitan: allí no crecen
ni obran ni maduran.
Más de llegar
una noche a tu puerta un otro, el mismo
a quien no reconoces, esas personas quitan
al recién llegado intruso del lugar
sin miramiento alguno
y continúan sin cambiar, pues así duran
igual que dura y dura en Cuba el comunismo.

COM MARILYN BOBES

Com um lápis no papel milimetrado
à luz de uma vela ciclone
a mão que passageira foi acordada
de tua conversa
acerca de como permanecem
as pessoas em uma. Sobre pântanos

e trocas de governo pessoal
algumas, por certo, não parecem
sejam as mesmas que deixamos entrar
por uma porta estreita um dia. O real
não vive no país em que habitam: ali não crescem,
não trabalham nem amadurecem.
Mais há de chegar
uma noite na tua porta um outro, o mesmo
a quem não reconheces, essas pessoas retiram
o intruso recém-chegado do lugar
sem qualquer consideração
e continuam sem mudar, porque duram
assim como o comunismo dura e dura em Cuba.

Ilustração: https://www.isliada.org/.

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