Saturday, July 18, 2020

NO CASTELO DE BRAN



Há tantos degraus, janelas,
portas, corredores, tapetes,                                           
retratos, naturezas mortas,
neste mundo de pedras e de escuridão,
que procuro, logo, a tua mão,
como forma de esconder o medo.
E olha que ainda é cedo,
nem escureceu ainda.
Mal ouço quando me dizes
que é tudo bonitinho 
e com um misto de carinho:
-A noite, aqui é linda!
Olho a cama imensa,
o dossel, o espelho,
o ar enfezado do conde sobre a lareira,
e digo a mim mesmo ser pura besteira
ter medo de fantasmas.
Mas, o mordomo tem um olhar de drácula
e, de repente, como você nada sente, puxa!,
já tenho a impressão de que sejas uma bruxa!


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