Monday, October 28, 2019

Outra poesia de Emile Nelligan



SUR UN PORTRAIT DU DANTE

Emile Nelligan

C'est bien lui, ce visage au sourire inconnu,
Ce front noirci du hâle infernal de l'abîme,
Cet oeil où nage encor la vision sublime :
Le Dante incomparable et l'Homme méconnu.

Ton âme herculéenne, on s'en est souvenu,
Loin des fourbes jaloux du sort de leur victime,
Sur les monts éternels où tu touchas la cime
A dû trouver la paix, ô Poète ingénu.

Sublime Alighieri, gardien des cimetières !
Le blason glorieux de tes oeuvres altières,
Au mur des Temps flamboie ineffaçable et fier.

Et tu vivras, ô Dante, autant que Dieu lui-même,
Car les Cieux ont appris aussi bien que l'Enfer
À balbutier les chants de ton divin Poème.


SOBRE UM RETRATO DE DANTE

É ele, este rosto com um sorriso desconhecido,
Este rosto enegrecido do bronzeado infernal do abismo,
Este olho onde ainda nada a visão sublime:
O incomparável Dante e o homem ignorado.

Tua alma hercúlea, lembramos,
Longe dos pérfidos, zelosos do destino de sua vítima,
Sobre os eternos montes onde o cume tocaste
Para encontrar a paz, ó poeta ingênuo.

Sublime Alighieri, guardião dos cemitérios!
O glorioso brasão de suas obras orgulhosas,
No Muro do Tempo brilha indelével e orgulhoso.

E você viverá, ó Dante, tanto quanto Deus mesmo,
Pois, o céu aprendeu tanto quanto o inferno
A balbuciar as músicas do seu poema divino.

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