SUR UN PORTRAIT DU DANTE
Emile
Nelligan
C'est
bien lui, ce visage au sourire inconnu,
Ce
front noirci du hâle infernal de l'abîme,
Cet
oeil où nage encor la vision sublime :
Le
Dante incomparable et l'Homme méconnu.
Ton
âme herculéenne, on s'en est souvenu,
Loin
des fourbes jaloux du sort de leur victime,
Sur
les monts éternels où tu touchas la cime
A
dû trouver la paix, ô Poète ingénu.
Sublime
Alighieri, gardien des cimetières !
Le
blason glorieux de tes oeuvres altières,
Au
mur des Temps flamboie ineffaçable et fier.
Et
tu vivras, ô Dante, autant que Dieu lui-même,
Car
les Cieux ont appris aussi bien que l'Enfer
À
balbutier les chants de ton divin Poème.
SOBRE UM RETRATO DE DANTE
É
ele, este rosto com um sorriso desconhecido,
Este
rosto enegrecido do bronzeado infernal do abismo,
Este
olho onde ainda nada a visão sublime:
O
incomparável Dante e o homem ignorado.
Tua
alma hercúlea, lembramos,
Longe
dos pérfidos, zelosos do destino de sua vítima,
Sobre
os eternos montes onde o cume tocaste
Para
encontrar a paz, ó poeta ingênuo.
Sublime
Alighieri, guardião dos cemitérios!
O
glorioso brasão de suas obras orgulhosas,
No
Muro do Tempo brilha indelével e orgulhoso.
E
você viverá, ó Dante, tanto quanto Deus mesmo,
Pois,
o céu aprendeu tanto quanto o inferno
A
balbuciar as músicas do seu poema divino.
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