Thursday, October 24, 2019

Uma poesia de Emile Nelligan



SOIR D’HIVER                                                      

Emile Nelligan

Ah! comme la neige a neigé!
Ma vitre est un jardin de givre.
Ah! comme la neige a neigé!
Qu'est-ce que le spasme de vivre
A la douleur que j'ai, que j'ai.

Tous les étangs gisent gelés,
Mon âme est noire! Où-vis-je? où vais-je?
Tous ses espoirs gisent gelés:
Je suis la nouvelle Norvège
D'où les blonds ciels s'en sont allés.
Pleurez, oiseaux de février,
Au sinistre frisson des choses,
Pleurez oiseaux de février,
Pleurez mes pleurs, pleurez mes roses,
Aux branches du genévrier.

Ah! comme la neige a neigé!
Ma vitre est un jardin de givre.
Ah! comme la neige a neigé!
Qu'est-ce que le spasme de vivre
A tout l'ennui que j'ai, que j'ai...

NOITE DE INVERNO

Ah! Como a neve nevou!
A janela é um jardim de gelo.
Ah! Como a neve nevou!
O que é o espasmo da vida, o que é
Ao lado da dor que há em mim, que há.
Todas as lagoas estão congeladas,
Negra é minha alma! Onde vou? Para onde  vou?
Todas as suas esperanças estão congeladas:
Eu sou a nova Noruega


Da qual fugiram os rubros céus.
Choram os pássaros de fevereiro,
Pela sinistra emoção das coisas,
Chore pássaros de fevereiro,
Choram minhas rosas, chora meu pranto
Entre os galhos altos do cedro.

Ah! Como a neve nevou!
A janela é um jardim de gelo.
Ah! Como a neve nevou!
O que é o espasmo da vida, o que é
Ao lado do problema que há em mim, que há.

Ilustração: Pixabay.


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