Saturday, April 18, 2020

Uma poesia de John Mateer



AUTUMN IS EVERYWHERE

John Mateer

Even in an explosion
if you have the right shutter-speed: the shards of rock

– projectiles – will become fluttering leaves decorating an icy wind.
Autumn is everywhere. Autumn is your skin flaking,

those shards becoming boulders offered to the eye
of an electron microscope, becoming food for dust-mites,

becoming the conundrum of The Instant:
How can moments, things, have an independent existence?

Yet, if found among the scattered remains of an explosion,
the shards of my canines and molars will prove my existence.

Everywhere I look the avenues of trees are exploding in slow-motion.


OUTONO ESTÁ EM TODA PARTE

Até numa explosão
se você tem a velocidade correta do obturador: os fragmentos de rocha

- projéteis - se tornarão folhas flutuantes decorando um vento gelado.
O outono está em toda parte. O outono é a sua pele descamada,

os fragmentos se tornando pedregulhos oferecidos aos olhos
de um microscópio eletrônico, tornando-se alimento para ácaros,

tornando-se o enigma do instante:
Como momentos, coisas, podem ter uma existência independente?

Ainda assim, se encontrado entre os restos dispersos de uma explosão,
os fragmentos de meus caninos e molares provarão minha existência.

Em toda parte que olho as avenidas de árvores estão explodindo em câmera lenta.

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