EL CAMINANTE
Jorge
Suárez
Fiel
monólogo, lengua demorada
en
la miel del recuerdo, pero en vano:
todo
recuerdo es un licor lejano
y
toda evocación es siempre nada.
Nada,
la red febril de tu mirada
captura
solo el humo del verano
y
la piel que acaricias en tu mano
es
ya tacto sin luz. Acongojada
por
tanta sombra, sus farolas verdes
prende
la calle taciturna. Muerdes
tu
soledad, tu soledad, tu grito,
mientras
que va dejando tu pisada
rosas
de polvo, sobre la calzada,
camino
de la muerte, al infinito.
CAMINHANTE
Monólogo
fiel, língua demorada
no
mel da recordação, porém, em vão:
tuda
recordação é um licor distante
e
toda evocação é sempre nada.
Nada,
a rede febril do teu olhar
captura
só a fumaça do verão
E
a pele que acaricias na tua mão
já
está tocando sem luz. Angustiado
por
tanta sombra, suas lâmpadas verdes
prendem
a rua taciturna. Mordes
tua
solidão, tua solidão, teu grito,
enquanto
vais deixando tua pegada
rosas
de pó, sobre a calçada,
caminho
da morte, até o infinito.
Ilustração:
http://poesiasoturna.blogspot.com/.
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