Tuesday, April 28, 2020

Uma poesia de Jorge Suárez


                  
EL CAMINANTE                                       
Jorge Suárez

Fiel monólogo, lengua demorada
en la miel del recuerdo, pero en vano:
todo recuerdo es un licor lejano
y toda evocación es siempre nada.
Nada, la red febril de tu mirada
captura solo el humo del verano
y la piel que acaricias en tu mano
es ya tacto sin luz. Acongojada
por tanta sombra, sus farolas verdes
prende la calle taciturna. Muerdes
tu soledad, tu soledad, tu grito,
mientras que va dejando tu pisada
rosas de polvo, sobre la calzada,
camino de la muerte, al infinito.

CAMINHANTE

Monólogo fiel, língua demorada
no mel da recordação, porém, em vão:
tuda recordação é um licor distante
e toda evocação é sempre nada.
Nada, a rede febril do teu olhar
captura só a fumaça do verão
E a pele que acaricias na tua mão
já está tocando sem luz. Angustiado
por tanta sombra, suas lâmpadas verdes
prendem a rua taciturna. Mordes
tua solidão, tua solidão, teu grito,
enquanto vais deixando tua pegada
rosas de pó, sobre a calçada,
caminho da morte, até o infinito.


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