Confesso que nunca me senti à vontade
diante de mulheres muito belas.
E ela era, malgrado as dimensões pequenas,
uma mulher maravilhosa,
com seus olhos claros, vorazes, melosos
de quem olha e não te vê,
se é que me entende.
Não sabia se me olhava como uma porta,
como um peso morto ou uma lagartixa.
De forma que a tratei como um brucutu
como se estivesse procurando a rima.
Suavemente me disse com sua voz macia,
de lutador que quebra a costela do adversário:
-Até que és um tipo muito interessante!
Nem relutei e gritei: o próximo!-
para a fila ir adiante.
Certamente ela era cativante,
mas, era areia demais para meu caminhão,
e o que tinha para vender,
ela não ia me pagar-podia apostar-
e faria um estrago terrível no meu coração!
Ilustração: https://www.bing.com/.
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