Tuesday, September 08, 2020

Uma Rosa de Jorge Luis Borges

 


UNA ROSA

Jorge Luis Borges

De las generaciones de las rosas

que en el fondo del tiempo se han perdido

quiero que una se salve del olvido,

una sin marca o signo entre las cosas

 

que fueron. El destino me depara

este don de nombrar por vez primera

esa flor silenciosa, la postrera

rosa que Milton acercó a su cara,

 

sin verla. Oh tú bermeja o amarilla

o blanca rosa de un jardín borrado,

deja mágicamente tu pasado

 

inmemorial y en este verso brilla,

oro, sangre o marfil o tenebrosa

como en sus manos, invisible rosa.


UMA ROSA

 

Das gerações das rosas

que, no fundo do tempo, se perderam

quero que uma se salve do esquecimento,

uma sem marca ou sinal entre as coisas

 

que foram. O destino me depara

este dom de nomear pela primeira vez

essa flor silenciosa, a posterior

rosa que Milton aproximou de seu rosto,

 

sem vê-la. Oh! Tu, vermelha ou amarela

ou branca rosa de um jardim apagado,

deixa magicamente o teu passado

 

imemorial e neste verso brilha

ouro, sangue ou marfim, ó tenebrosa,

como em suas mãos, invisível rosa.

 

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